"as lágrimas são um rio que nos leva a algum lugar.
o choro forma um rio em volta do barco que carrega a vida da alma.
as lágrimas erguem seu barco de pedras, soltam-no do chão seco, carregam-no para um lugar novo, um lugar melhor"
...
"o choro da mulher sempre foi considerado muito perigoso, pois ele abre os trincos e os ferrolhos dos segredos que ela carrega" [mulheresquecorremcomoslobos]
choro me escorreu no rosto.
foi tanta água que rolou...
lavou fora
pingou dentro:
abriu ferrolho
liberou
meus segredos e íntimos agora eu espalho
trinco não me fecha mais?
não me tranca nenhum rapaz
amo e vivo e livre
não sou de ter capataz
sou um segredo que vive
solto
+
(espalho meus segredos
- pra expurgar o
medo
das minhas certezas -
percebo
fico
fruo
cantoco em silêncio
cutuco suave meus dentros
espalho segredos
desovo
dissolvo)
sábado, 10 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
briga
feminino agressivo
masculino violento
o masculino grita que o feminino nunca ouviu, nunca acolheu, não entendeu, repudia seu masculino, escancara sua fraqueza, - dele, masculino, que não tem direito a fraqueza - grita que ele, o feminino, tem o mal injetado em veia, agride, exige, problematiza, estraga
o feminino sente que nunca foi visto de fato porque ele é interno, difícil de fixar para que se pudesse captar (porque é cíclico, a cada momento está diferente), sente que seu grau de calor e intuição não vale nada ao masculino... que o masculino não lê seus poemas nem o amor em seus olhos, e nunca se emocionou com uma letra de música... mas acredita nele quando ouve que ele, o feminino, é bem pior do pensa ser...
(...ele é interno porque ainda precisa se firmar nesse mundo, que foi sempre do masculino na forma, e assim se defende historicamente, se impõe em razões, por reflexos talvez ultrapassados de herança genética... e assim tem a doença ansiosa de não ouvir frases e argumentações inteiras, interrompe, se aflige, se defende)
arte, para o masculino, é vida, fluência, alívio, escape
masculino violento
o masculino grita que o feminino nunca ouviu, nunca acolheu, não entendeu, repudia seu masculino, escancara sua fraqueza, - dele, masculino, que não tem direito a fraqueza - grita que ele, o feminino, tem o mal injetado em veia, agride, exige, problematiza, estraga
o feminino sente que nunca foi visto de fato porque ele é interno, difícil de fixar para que se pudesse captar (porque é cíclico, a cada momento está diferente), sente que seu grau de calor e intuição não vale nada ao masculino... que o masculino não lê seus poemas nem o amor em seus olhos, e nunca se emocionou com uma letra de música... mas acredita nele quando ouve que ele, o feminino, é bem pior do pensa ser...
(...ele é interno porque ainda precisa se firmar nesse mundo, que foi sempre do masculino na forma, e assim se defende historicamente, se impõe em razões, por reflexos talvez ultrapassados de herança genética... e assim tem a doença ansiosa de não ouvir frases e argumentações inteiras, interrompe, se aflige, se defende)
arte, para o masculino, é vida, fluência, alívio, escape
criação, para o feminino, existe tão implicitamente no ser cíclico e no instinto de cuidar, que para virar arte precisa muito leite e sangue derramados, precisa de carimbo com reconhecimento, precisa acessar o masculino que estaria ali, ao lado, junto do feminino, e arte, quando ocorre ao feminino, é puro deleite, é um feito, deslize de planos e dimensões, e tudo isso, quase sempre, fica invisível pro masculino, mesmo pro lado masculino que mora ali, ao lado do feminino, em cada ser
diálogo, entre eles, é lenda, até desespero, mas o feminino, quando livre em seus campos, expressa e entende infinitos - ainda que o masculino negue, mesmo testemunhando seguidamente, que isso possa ter acontecido uma vez sequer... e ele, o masculino, senhor da palavra e do discurso, por trás de uma timidez apenas estilística, promove e aquece muitos e muitos diálogos com sua esperteza inata - isso é visto e percebido pelo feminino, que pensa: ?
diálogo, entre eles, é lenda, até desespero, mas o feminino, quando livre em seus campos, expressa e entende infinitos - ainda que o masculino negue, mesmo testemunhando seguidamente, que isso possa ter acontecido uma vez sequer... e ele, o masculino, senhor da palavra e do discurso, por trás de uma timidez apenas estilística, promove e aquece muitos e muitos diálogos com sua esperteza inata - isso é visto e percebido pelo feminino, que pensa: ?
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
histórias
histórias
dão o sentido de permanência e origem
elas são as coisas mais permanentes e fundadoras que possuímos
a partir delas
compor, criar, ser
viajar
digredir
compreender
descobrir
transformar
dão o sentido de permanência e origem
elas são as coisas mais permanentes e fundadoras que possuímos
a partir delas
compor, criar, ser
viajar
digredir
compreender
descobrir
transformar
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
PASSEIO PERIFÉRICO:
feliz é puro estado
360 graus de antena
fluxo captado
na manhã serena
(serenidade é dentro, se dissolve no fora, dá um longo passeio, volta pra casa)
terça-feira, 15 de novembro de 2011
TUDO conflui
nada CONFLUI
fui sugado pelo nada
perdi o medo de tudo
suor, sede, sorte, sentido
suor cedo norte sentido
tanto INFLUI
POUCO
(agora agrego, nego arrêgo, corro feitiço)
na casca engrosso, endoço aviso:
'que no aqui no aculá se oiça o que digo: parafuso é risco'
docei, adiei
avisei o que ouvi
vejo pontada de ponta de faca
sinto sacada de minha energia:
reajo tão longe tão dentro e a tempo
retomo langor e pureza se instala:
sentidos
nada CONFLUI
fui sugado pelo nada
perdi o medo de tudo
suor, sede, sorte, sentido
suor cedo norte sentido
tanto INFLUI
POUCO
(agora agrego, nego arrêgo, corro feitiço)
na casca engrosso, endoço aviso:
'que no aqui no aculá se oiça o que digo: parafuso é risco'
docei, adiei
avisei o que ouvi
vejo pontada de ponta de faca
sinto sacada de minha energia:
reajo tão longe tão dentro e a tempo
retomo langor e pureza se instala:
sentidos
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
escritura = vazio de fala
trecho de o império dos signos, roland barthes, para alimentar peixes internos:
"o satori ( o acontecimento zen) é um abalo sismico mais ou menos forte (nada solene) que faz vacilar o conhecimento, o sujeito: ele opera um vazio de fala. e é também um vazio de fala que constitui a escritura; é desse vazio que partem os traços com que o zen, na isenção de todo sentido, escreve os jardins, os gestos, as casas, os buquês, os rostos, a violência."
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
religare
religare?
religar... reconectar
reencontrar a ligação
com....
com?
com TUDO/ todo ser/ cada estar
estado de todos nós quando no primeiro início
primeiro início meu e seu
primeiro início do todo:
nós TUDO!
domingo, 9 de outubro de 2011
"esse trabalho é segredo"
espalho meus segredos
- pra expurgar o
medo
das minhas certezas -
percebo
fico
fruo
cantoco em silêncio
cutuco suave meus dentros
espalho segredos
desovo
dissolvo
- pra expurgar o
medo
das minhas certezas -
percebo
fico
fruo
cantoco em silêncio
cutuco suave meus dentros
espalho segredos
desovo
dissolvo
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
imagens espelhos
imagem-espelho cabeçalho é desenho de vânia medeiros...
... http://www.flickr.com/photos/vania_medeiros
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